Suspense no STF: Moraes adia decisão e aumenta a pressão política
Brasília — Em meio a um cenário de tensão diplomática e forte disputa política interna, o futuro de Jair Bolsonaro ganhou novos contornos. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que não vai se pronunciar de imediato sobre o recurso da defesa do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar.
Antes de tomar qualquer decisão, Moraes solicitará um parecer formal da Procuradoria-Geral da República (PGR), o que prolonga o suspense e abre espaço para movimentações políticas e midiáticas — tanto no Brasil quanto no exterior.
EUA entram no jogo: Trump e aliados aumentam o tom contra o Brasil
O clima ficou ainda mais tenso após declarações diretas vindas de Washington. Jason Miller, um dos conselheiros mais próximos de Donald Trump, afirmou em redes sociais que “não vai parar até que Bolsonaro esteja livre”. A mensagem foi rapidamente compartilhada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e ganhou repercussão nacional.
Em seguida, o vice-secretário de Estado americano fez duras críticas ao STF e ao governo Lula, gerando reação imediata do Itamaraty, que classificou como “inaceitável” qualquer tentativa externa de interferir na Justiça brasileira.
Pressão interna e risco de desgaste institucional
Dentro do STF, ministros afirmam que havia fundamentos técnicos para a prisão de Bolsonaro, sobretudo pelo descumprimento de medidas cautelares relacionadas ao uso de redes sociais. Porém, reconhecem que o episódio não envolve atos de gravidade extrema e que a manutenção da prisão preventiva pode intensificar ainda mais o clima político.
A expectativa é que Moraes consulte a Primeira Turma do STF antes de qualquer decisão final, para dividir responsabilidades e reduzir o impacto político.
Tarifaço de Trump e crise comercial aumentam a instabilidade
Paralelamente, o governo Lula trabalha para finalizar um pacote de contingência destinado a setores mais atingidos pelo aumento de tarifas americanas sobre produtos brasileiros. A medida, vista como parte da estratégia protecionista de Trump, afeta diretamente o agronegócio e a indústria de base.
Analistas afirmam que o Brasil vive um momento de alta volatilidade: um impasse no STF somado à pressão econômica internacional pode prolongar as tensões bilaterais e a polarização política interna, com reflexos imediatos na economia e na estabilidade do país.
