Bolsonaro seguirá em prisão domiciliar se for condenado? Professor explica

Saúde e idade pesam em decisão judicial
O ex-presidente Jair Bolsonaro pode não enfrentar uma prisão em regime comum caso seja condenado pela Justiça. A análise foi feita pelo professor Gustavo Sampaio, especialista em Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), em entrevista à CNN. Segundo ele, fatores como idade e estado de saúde seriam decisivos para que uma eventual pena fosse cumprida em regime domiciliar.
A possibilidade de o ex-presidente ser encaminhado a um presídio como a Papuda, em Brasília, não está descartada, mas é vista como pouco provável. Sampaio avalia que, em caso de encarceramento, Bolsonaro poderia até mesmo receber uma cela isolada para garantir sua segurança e integridade física.
Precedentes reforçam alternativa domiciliar
O professor citou como precedente o caso de Fernando Collor de Mello, ex-presidente condenado em 2023 e autorizado a cumprir a pena em prisão domiciliar, em Maceió. Para Sampaio, esse exemplo reforça a chance de Bolsonaro receber tratamento semelhante, sobretudo pelo peso simbólico e político de sua figura.
Esse cenário, no entanto, dependeria da interpretação do Judiciário e da avaliação de riscos à ordem pública e à segurança nacional.
Impactos políticos de uma condenação
Para além da questão do cumprimento de pena, uma eventual condenação teria efeitos devastadores na trajetória política de Bolsonaro. O professor lembrou que a imagem pública do ex-presidente e seu legado seriam profundamente abalados, já que a prisão domiciliar, embora menos rigorosa que o encarceramento comum, ainda carrega forte carga simbólica.
“Mesmo em casa, o peso político de uma condenação é significativo. É uma marca que dificilmente se apaga da memória do eleitorado”, destacou o especialista.
Justiça sob os holofotes da opinião pública
O debate também levanta reflexões sobre a igualdade de tratamento perante a lei. O fato de um ex-presidente poder receber benefícios por sua posição ou condições pessoais gera questionamentos na sociedade. Para Sampaio, o caso revela como Justiça e política caminham lado a lado em momentos de alta polarização.
Enquanto a possibilidade de uma decisão definitiva se aproxima, cresce a expectativa sobre como o Judiciário lidará com um dos processos mais emblemáticos da história recente do Brasil — e quais consequências essa decisão terá para o futuro político do país.