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‘AMIGO MENTIU’ Laudo determina causa da ϻɒrte do empresário, ele foi… Ver mais

Morte de empresário em Interlagos: IML confirma asfixia e desmente versão de amigo

São Paulo — O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) revelou que o empresário Adalberto Amarílio Júnior, de 36 anos, encontrado morto em uma vala dentro do Autódromo de Interlagos, não apresentava sinais de ingestão de álcool nem de substâncias entorpecentes no dia do evento motociclístico de que participou. A análise foi realizada a partir de amostras de sangue; o exame de urina ainda está em andamento.

Apesar da pendência, os peritos já determinaram a causa da morte: asfixia. A dinâmica exata — se por sufocamento mecânico, obstrução ou outro meio — ainda está sob investigação.

Versão do amigo entra em xeque

O resultado contradiz diretamente o depoimento de Rafael Albertino Aliste, amigo próximo que acompanhava Adalberto no evento. Em seu testemunho à polícia, Rafael afirmou que ambos teriam consumido cerca de oito cervejas e fumado maconha fornecida por desconhecidos durante o encontro.

Rafael prestou novo depoimento na última quinta-feira (12), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde também foi submetido a uma técnica de perfilamento criminal. De acordo com investigadores, ele apresentou um comportamento que levantou suspeitas, com possíveis omissões e versões consideradas desconexas sobre os fatos.

Inconsistências e um novo alerta

As contradições colocaram Rafael no centro da investigação. Ele relatou ter deixado o autódromo por volta das 23h e alegou ter dormido em casa até ser acordado, por volta das 2h da madrugada, pela esposa de Adalberto, preocupada com o desaparecimento do marido. A polícia, no entanto, identificou incoerências na linha do tempo e em outros detalhes do depoimento.

Um segundo episódio envolvendo Rafael aumentou ainda mais o mistério. No domingo (2), ele registrou um boletim de ocorrência alegando ter sido assaltado por quatro homens armados que, segundo sua versão, roubaram seu celular, o capacete e sua motocicleta. O timing do crime, ocorrido logo após o desaparecimento de Adalberto, gerou desconfiança entre os investigadores, que agora analisam se há ligação direta entre os dois casos.

Linha do tempo sob revisão

A polícia trabalha com diversas linhas investigativas, incluindo a possibilidade de que Adalberto tenha se envolvido em uma confusão com seguranças do autódromo. Imagens de câmeras de segurança, depoimentos de funcionários e rastreamentos de geolocalização estão sendo minuciosamente analisados para reconstituir os últimos passos do empresário.

Outra frente apura se houve negligência, violência ou homicídio doloso por parte de terceiros, especialmente após o encerramento oficial do evento.

Expectativa por respostas

Adalberto foi encontrado três dias após desaparecer, dentro de uma vala de três metros de profundidade, prestes a ser concretada. Ele estava sem calça e sem tênis, mas ainda portava carteira, celular e aliança — o que praticamente descarta a hipótese de latrocínio. A cena do crime foi registrada com drones e scanner 3D pelo Instituto de Criminalística, que agora aguarda a finalização de todos os exames periciais.

A expectativa é de que os laudos complementares, somados ao cruzamento de depoimentos e imagens, possam elucidar as circunstâncias exatas da morte, que até o momento permanece envolta em contradições, silêncio e especulações.

família da vítima cobra respostas. Em uma declaração emocionada, a esposa de Adalberto desabafou:

“Eu não entendo por que fizeram isso com ele. Eu só quero saber o que aconteceu. Preciso de respostas.”